terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A Ruína de um Império


O Futebol brasileiro deveria parar por cinco minutos e pensar numa solução para dar sobrevida à carreira do principal atacante que o país tem hoje.
Esse jogador reverenciado várias vezes está a pouco mais de 2 semanas de completar 30 anos,  é forte e rápido; um excelente finalizador, tanto com o pé esquerdo, quanto de cabeça.
É ainda apontado por todos os que atuaram com ele como um companheiro maravilhoso, um sujeito de grupo, parceiro, engraçado, amigo, solidário.
Enfim, estamos falando aqui de um jogador que se aproxima da perfeição e numa posição em que a seleção anda muito carente. Atualmente, há pouquíssimos centroavantes de qualidade no futebol brasileiro. Mano Menezes sofre para achar um camisa 9, insiste em Pato e Damião, mas nenhum dos 2, por enquanto, relevou a alma goleadora que o nosso futebol precisa.
E por que motivo, então, esse jogador hoje não é desejado nem pelos clubes onde se consagrou?
Segundo a psicóloga Suzy Fleury, que trabalhou na seleção brasileira, esse atacante joga contra o próprio patrimônio. A tensão da responsabilidade é demais e ele não consegue segurar e foge.
No popular, 2 copos de cerveja dão o caminho para a fuga.
Já deu pra perceber que o assunto é Adriano e a assustadora forma como o próprio quer abreviar sua passagem pelo futebol.
O Corinthians bem que tentou ajudar. Contratou o atacante, cuidou da recuperação da lesão no tornozelo, e fez do silêncio uma arma para dar paz a Adriano.
Pouco se ouviu falar de deslizes no ano passado. Será que ele passou um ano tão tranquilo assim?
Pelo histórico, é difícil de acreditar.
Mas o Corinthians cansou. No primeiro atraso de 2012, boca no trombone, jogador na berlinda  e começou a contagem regressiva para Adriano deixar o clube no meio do ano, ao fim do contrato.
O Corinthians repetiu o que Flamengo e Internazionale tentaram.
Ninguém consegue botar juízo na cabeça de Adriano.
E o destino parece a cada dia mais cruel.
Desde que saíu do Flamengo, em 2010, Adriano fez 12 jogos (Roma e Corinthians) e marcou apenas um gol. São 20 meses de escassez.
Com uma rotina de noitadas, faltas a treinamentos, Adriano conseguiu sair da lista da Copa de 2010.
E nem dá pra culpar Dunga. O técnico conversou com Adriano, garantiu a convocação se o comportamento dele fosse adequado e nada.
No dia em que o auxiliar Jorginho foi visitar o Flamengo, quem não estava lá? Adriano
Adriano está diante da linha de chegada. Os clubes já olham para ele com toda a resistência possível. Ninguém quer um problema dessa envergadura.
Sóbrio e dedicado, ele é titular da seleção.
O Brasil precisa de Adriano como nunca.
Mas ele precisa querer também.






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