A Ruína de um Império

O Futebol brasileiro deveria parar por cinco minutos e pensar numa solução para dar sobrevida à carreira do principal atacante que o país tem hoje.
Esse jogador reverenciado várias vezes está a pouco mais de 2 semanas de completar 30 anos,  é forte e rápido; um excelente finalizador, tanto com o pé esquerdo, quanto de cabeça.
É ainda apontado por todos os que atuaram com ele como um companheiro maravilhoso, um sujeito de grupo, parceiro, engraçado, amigo, solidário.
Enfim, estamos falando aqui de um jogador que se aproxima da perfeição e numa posição em que a seleção anda muito carente. Atualmente, há pouquíssimos centroavantes de qualidade no futebol brasileiro. Mano Menezes sofre para achar um camisa 9, insiste em Pato e Damião, mas nenhum dos 2, por enquanto, relevou a alma goleadora que o nosso futebol precisa.
E por que motivo, então, esse jogador hoje não é desejado nem pelos clubes onde se consagrou?
Segundo a psicóloga Suzy Fleury, que trabalhou na seleção brasileira, esse atacante joga contra o próprio patrimônio. A tensão da responsabilidade é demais e ele não consegue segurar e foge.
No popular, 2 copos de cerveja dão o caminho para a fuga.
Já deu pra perceber que o assunto é Adriano e a assustadora forma como o próprio quer abreviar sua passagem pelo futebol.

O Corinthians bem que tentou ajudar. Contratou o atacante, cuidou da recuperação da lesão no tornozelo, e fez do silêncio uma arma para dar paz a Adriano.
Pouco se ouviu falar de deslizes no ano passado. Será que ele passou um ano tão tranquilo assim?
Pelo histórico, é difícil de acreditar.
Mas o Corinthians cansou. No primeiro atraso de 2012, boca no trombone, jogador na berlinda  e começou a contagem regressiva para Adriano deixar o clube no meio do ano, ao fim do contrato.
O Corinthians repetiu o que Flamengo e Internazionale tentaram.
Ninguém consegue botar juízo na cabeça de Adriano.
E o destino parece a cada dia mais cruel.
Desde que saíu do Flamengo, em 2010, Adriano fez 12 jogos (Roma e Corinthians) e marcou apenas um gol. São 20 meses de escassez.
Com uma rotina de noitadas, faltas a treinamentos, Adriano conseguiu sair da lista da Copa de 2010.
E nem dá pra culpar Dunga. O técnico conversou com Adriano, garantiu a convocação se o comportamento dele fosse adequado e nada.

No dia em que o auxiliar Jorginho foi visitar o Flamengo, quem não estava lá? Adriano
Adriano está diante da linha de chegada. Os clubes já olham para ele com toda a resistência possível. Ninguém quer um problema dessa envergadura.
Sóbrio e dedicado, ele é titular da seleção.
O Brasil precisa de Adriano como nunca.
Mas ele precisa querer também.

Um conto de Fadas do tênis

Manhã de massacre no tênis feminino. A bielorrusa contra a bela russa.
E nem parecia que seria tão fácil. Quem visse apenas os 3 primeiros games da final do aberto da Austrália, nunca imaginaria o fim dessa história.
Afinal, era a decisão entre a ex-número 1 do mundo,  3 títulos de grand slam,  iniciando o décimo-primeiro ano no circuito; contra uma jogadora com apenas 9 títulos de simples, com 4 anos a menos de circuito e na primeira final de um torneio tão importante.
E a cinderela Maria Sharapova e a borralheira Azarenka começaram o jogo no roteiro que uma lida rápida no currículo de ambas indicava.
A russa Sharapova quebrou o serviço da rival no primeiro game e fez logo 2 a 0
Azarenka suou para confirmar o saque no terceiro game do terceiro set e talvez esse tenha sido o ponto decisivo da partida.
A bielorrusa ganhou 11 dos 12 games seguintes. Atropelou Sharapova. Foi um massacre. 6x3 no primeiro set. 6x0 no segundo.
Azarenka parecia adivinhar a jogada tramada pela adversária e chegava sempre inteira na bola para devolver e ganhar o ponto.
Não foi fácil para Sharapova. Ela queria muito o título. Seria o primeiro grand slam desde a lesão no ombro que a afastou do tênis por 10 meses e ameaçou a sequência na carreira.  
E mesmo com a decepção estampada no rosto,  a bela russa não economizou elegância no discurso pós-derrota. Ressaltou muito a atuação da campeã e confessou que nada poderia ter feito para vencer a partida.
Azarenka, aos 22 anos, parecia uma criança com brinquedo novo. Não parava de olhar para o troféu, procurava o nome de Martina Hingis que participou da premiação.
Seria uma intrusa, uma surpresa de verão no torneio australiano?
Com certeza, não. Quem olhasse melhor o currículo veria que Azarenka já está entre as top 10 desde 2009, chegou à Austrália como número 3 do mundo. Sharapova era a número 4.
E quem viu o jogo de hoje percebeu que tem bola pra muito mais. Deixou a quadra como número um do ranking e fez jus ao nome.
Azarenka é Victoria!!

A bola gira, mas falta grana

O maravilhoso mundo do futebol europeu já percebeu que a crise do continente não vai deixar o esporte fora de campo.
Os problemas financeiros enfrentados na zona do Euro afetam também os principais clubes. Um relatório  da Uefa, União europeia de futebool, divulgado ontem, mostra que as perdas dos clubes europeus no ano fiscal de 2010 cresceram  36% em relação ao ano anterior e chegaram à bagatela de € 1,6 bilhão.
O documento analisou o desempenho financeiro dos 650 clubes de primeira divisão das 53 federações filiadas à Uefa.
Nesse levantamento, a causa principal para esse crescimento exagerado dos prejuízos tem a ver com o baixo fluxo de dinheiro no mercado de transferência de jogadores.
É, os europeus também usam seus talentos para fechar o caixa e a atual janela tem dado provas de que a movimentação não é das melhores. Poucas mudanças, principalmente, entre clubes do velho continente.
Tevez, por exemplo, não é bem quisto no Manchester City, mas até agora o destino dele não foi definido.
O Milan quer um acerto até sexta, mas a pendência está exatamente em o que se vai desembolsar pela transferência. Os italianos querem o atacante por empréstimo para depois decidir pela compra dos direitos federativos. Os ingleses não gostam dessa proposta.
A preocupação com a saúde financeira dos clubes europeus não é novidade. Varias ligas nacionais e a própria Uefa cobram ajustes nos orçamentos das equipes para que possam participar de competições. E, mesmo assim, a situação não é das melhores.
A Uefa, agora, prepara regras mais rígidas para conter a sanha de dirigentes que gastam sem a devida contrapartida de receita. O novo regulamento entrará em vigor na temporada 2013/2014. Se já estivesse valendo, pelo menos 13 clubes tradicionais teriam sérios problemas para participar da Champions.
A Europa, um mercado desenvolvido do futebol, faz seu caminho para acertar as contas.
O Brasil deveria olhar esse movimento com todo o carinho. Os clubes brasileiros vivem um cenário de contratações importantes, gastos elevados, motivado pelo novo contrato de direitos de TV do campeonato brasileiro. Mas como em outros momentos, o dinheiro entra e sai com muita facilidade e os clubes terminam cheios de dívidas e com antecipações de receitas.
Um regulamento que obrigasse os dirigentes a agir com mais responsabilidade seria muito bem vindo.

Wanderzé Mouriburgo

Estamos diante da reunião de duas almas quase gêmeas do mundo do futebol que, quis o destino,  estejam diante de momentos decisivos da carreira no mesmo dia, hoje, 25 de janeiro.
Dá pra dizer que José Mourinho e Wanderley Luxemburgo são treinadores grife.
Um em escala mundial e outro em escala nacional, brasileira. 2 multicampeões.
Dá pra dizer que José Mourinho e Wanderley Luxemburgo prezam a elegância e são, reconhecidamente, competentes no ofício de treinador de futebol.
Mas por que, então, não param de dizer que os 2 estão pela bola 7 e que se não conseguirem uma quarta-feira vitoriosa, vão terminar a quinta desempregados?
Luxemburgo e Mourinho coincidem em muitos aspectos. Um deles nada agradável.

Eles se consideram mais importantes que os jogadores que dirigem. São problemáticos, falam demais e brigam demais dentro e fora do elenco.
Luxemburgo com um agravante. Desde 2004, quando foi campeão brasileiro pelo Santos, não faz um trabalho que encha os olhos de público e crítica.
Dizem que se perdeu com preocupações extra-campo, que envolvem outros interesses e alguns vícios, no caso o jogo.
Wanderley que nasceu Vanderlei, já foi gato, teve identidade forjada, já enfrentou problemas com o Leão do imposto de renda, já viu o sonho de dirigir a seleção brasileira numa Copa do Mundo evaporar.
José Mourinho não carrega essa bagagem pesada de problemas não futebolísticos, mas também já mostrou ser um camarada problemático dentro do vestiário.

Agora, no Real, os rumores são de que o clima com boa parte dos jogadores é o pior possível. Sérgio Ramos negou para a direção do clube espanhol que resolveu logo intervir. Mas....
Luxemburgo não tem clima com jogadores importantes do elenco do Flamengo desde o fim do ano passado. Leonardo Moura e Ronaldinho Gaúcho terminaram o ano com uma convivência pouco saudável com o comandante. Mas no caso do Flamengo, a direção do clube resolveu empurrar a sujeira pra debaixo da pré-temporada e permitiu que a crise tomasse conta do rubro-negro nesse início de ano.
Enfim, os problemas de relacionamento dos 2 técnicos com seus jogadores estão muito ligados a teoria que eles aplicam.  Eu ganho, nós empatamos, vocês perdem.
Luxemburgo e Mourinho já deram vários exemplos que nos momentos difíceis deixam transparecer que os jogadores não fizeram o que deveriam, não tiveram a coragem suficiente, não se empenharam, etc...
Hoje, os 2 estão na berlinda. O Real precisa passar pelo Barcelona (será possível?) e mesmo assim a vida de Mourinho não deve ser muito longa no clube merengue.
O Flamengo enfrenta o Real Potosi no alto de 4000 metros e se não for bem na pré-libertadores. Luxemburgo estará madurinho pra cair. Aliás, rumores internos do clube dizem que a omissa diretoria do Flamengo só não o demitiu ainda por causa da multa rescisória.
Enfim, hoje é um dia fundamental na vida de Wanderzé Mouriburgo ou Joserley Luxerinho.
Essa criatura de muitos títulos e muitos problemas está com as duas cabeças a prêmio numa quarta-feira tranquila de janeiro  

Planos contaminados

A Agência Mundial Anti-dopagem, WADA, puniu hoje o único laboratório brasileiro que faz testes anti-doping. O Ladetec, da UFRJ,  está impedido por 6 meses de realizar um exame chamado de espectometria de massa de razão isotópica (IRMS). Esse tipo de análise é fundamental para determinar se o hormônio encontrado na amostra foi produzido pelo organismo do atleta ou injetado.
Para deixar mais claro. Sem o IRMS seria bem mais complicado determinar se Rebecca Gusmão estava ou não dopada no PAN de 2007.
A decisão da WADA é consequência dos problemas encontrados em exames realizados no atleta de vôlei de praia Pedro Solberg.
Em agosto do ano passado, uma amostra analisada pelo Ladetec deu positivo para esteróide anabolizante.
A contraprova realizada pelo mesmo laboratório confirmou o resultado, mas a demora no processo levantou suspeitas.

A Federação internacional de Vôlei de Praia decidiu. então, mandar as amostras para um laboratório em Colônia, Alemanha. E o resultado foi negativo para doping.
Esse caso demonstra como o Ladetec encontra dificuldades para realizar o seu trabalho no Brasil.
As importações de produtos e equipamentos para a realização dos exames sempre foi problemática e os recursos aplicados nunca foram suficientes.
Em 2007, substâncias necessárias para as análises do PAN só chegaram no último momento.
Atualmente, um novo prédio está sendo construído para o laboratório e tomara que não seja tarde demais.
A mancha na reputação do Ladetec pode custar o credenciamento da WADA.
um desastre para o país sede da próxima Copa do Mundo e das próximas Olimpíadas.

De chuteiras, pela Rainha

Os britânicos podem ter o inglês David Beckham, 37 anos, e o galês Ryan Giggs, 38,  na seleção de futebol que vai disputar os jogos Olímpicos de Londres. A dupla de sucesso no Manchester United está entre os 191 jogadores de Inglaterra, Escócia, Irlanda do Norte e País de Gales que receberam uma carta questionando o interesse deles em representar o Reino Unido nas Olimpíadas. 184 disseram sim
Beckham e Giggs entrariam na cota de 3 jogadores com mais de 23 anos.
Para Giggs, de 38 anos, seria a última chance de participar de uma grande competição de seleções. O País de Gales só esteve na Copa de 1958 e não tem qualquer expressão no futebol europeu.
Giggs já anunciou que não gostaria de perder essa chance, mas para os cartolas escoceses galeses e da Irlanda do Norte essa é uma questão polêmica.
Eles temem perder a independência de ter suas próprias seleções de futebol se a investida para os jogos de Londres for um sucesso. Até hoje, para a Fifa, todos os representantes britânicos competem de forma separada. Já o Comitê Olímpico só reconhece o Reino Unido.
As Federações já recomendaram que os britânicos não ingleses digam não. Mas não deverão ter muito respaldo.
Afinal, a maioria não quer viver situação parecida com a de Giggs, o jogador mais vitorioso da história do futebol inglês e que nunca conseguiu disputar um torneio importante por uma seleção.

Senna & Williams, again

Olhar um grid de largada da Fórmula 1 com o nome Senna é legal pra qualquer brasileiro.
E com um Senna na Williams o significado é maior ainda, mesmo que o fim dessa parceria tenha sido trágico
Volta-se romanticamente ao tempo em que os brasileiros venciam e disputavam títulos na categoria.
Mas esse lado nostálgico é um pouco enganador na contratação de Bruno Senna pela escuderia inglesa.
A Williams não faz um carro decente há algum tempo. O último título foi em 1997 com Jacques Villeneuve.
Ano passado, a equipe só ficou a frente de concorrentes nanicas, 5 pontos em toda a temporada.
Um desastre para um time com tanta tradição.
Para 2012, trocaram da fornacedora de motor. Sai a Cosworth e volta a Renault, responsável pelos motores em 97 e por fazer os propulsores vitoriosos da RBR.
Animador, com certeza, desde que a equipe consiga fazer um carro a altura do motor e se Bruno Senna conseguir fazer jus ao sobrenome.
Por enquanto, a passagem dele na categoria foi bem discreta.
O carro de 2010 não dá nem pra contar. O hispania era um fusca no meio dos F1
Mas ano passado, ele foi muito tímido nas oito corridas que teve com a equipe Renault. Só 2 pontos, um nono lugar apenas. No mesmo período, o outro piloto da equipe, Vitaly Petrov, fez 5.
Foi pouco e precisa ser bem melhor na Williams em 2012 se Bruno quiser uma carreira longa na Fórmula 1.

Um dia cheio de blablablá

Os lances que envolvem a decisão sobre o destino de Thiago Neves beiram o ridículo.
Hoje, duas entrevistas coletivas para nada. A primeira do empresário. Léo Rabello disse que  Thiago Neves nunca se encontrou com os dirigentes do Fluminense, que só houve um contato telefônico. Mas demonstrou uma grande insatisfação com a situação toda e deixou escapar uma certa mágoa com o jogador que virou seu cliente aos 17 anos.
Léo Rabello terminou a entrevista dizendo que pode continuar representando Thiago, mas que será necessária uma conversa. Ora, se não há nada de concreto, se Thiago não acertou nada, porque essa frase,  esse desconforto?
A verdade é que houve sim algum tipo de negociação entre Thiago Neves e Fluminense/Unimed.
Foi disfarçada, mas nunca negada. Thiago está em silêncio desde o fim do ano passado.
E Léo Rabello sabe que não foi apenas uma conversa rápida por telefone.
Até porque se tivesse sido só isso, essa questão não estaria mais em discussão.
Afinal, na segunda entrevista coletiva do dia, Patrícia Amorim, presidente do Flamengo, disse que já houve um acordo entre o clube brasileiro e o Al Hilal. Então, porque o anúncio da permanência ainda não foi feito?
Talvez porque Thiago Neves tenha ouvido algo mais agradável vindo das Laranjeiras ou da sede do plano de saúde. Houve uma oferta salarial melhor e Thiago balançou.
Essa questão deixa clara a falta de atenção que os dirigentes do Flamengo dão ao nome e à importância do clube.
Thiago Neves deixou o Flamengo de pires na mão esmolando por um jogador que ninguém sabe onde anda e o que quer. E um jogador que não vale 18 milhões de reais e muito menos toda essa espera.
O Flamengo 2012 a cada dia dá mais alegrias.........mas só aos adversários.

A bagunça não acaba

Há uma semana, escrevi o seguinte sobre o caso Flamengo/TN
"...No caso do Thiago Neves, o Flamengo parece a mocinha que flertou com o rapaz e espera ansiosamente pelo convite que nunca chega.."
Pois é, hoje, veio a bomda de que a mocinha rubro-negra poderia ser passada pra trás. E logo pela vizinhança tricolor.
Foram ouvidas algumas bravatas saídas da Gávea...
Uma delas dava um ultimato aos árabes do Al Hilal. Se não houvesse resposta até o fim de um dia, o Flamengo desistiria do negócio.
A resposta dos árabes teria sido: " Precisamos de mais um tempinho".
E o Flamengo disse sim e ficou esperando, esperando, esperando, esperando.....
E os árabes correndo atrás de um destino mais rentável para Thiago Neves.
O empresário do jogador disse que não há negócio com o Fluminense. Alguns rumores anunciam TN oficialmente no Flamengo a partir de amanhã.
Pode até ser, mas não muda a impressão de que o clube virou uma grande bagunça neste início de ano.
Aliás, quem é o dirigente que responde pelo futebol do clube?
Uma hora fala o Levy; Outra hora é o de Piro.
Sem falar no diretor-executivo de futebol, o ex-presidente Luiz Augusto Veloso.
Cadê a solução para o caso Ronaldinho/Traffic? Chega a ser ridículo que isso ainda se arraste e o pagamento dos atrasados não tenha sido sido feito.
Alguns jogadores já expuseram a insatisfação com a administração do clube.
Luxemburgo está insatisfeito com a falta de reforços.
Dia 25 de janeiro, uma quarta-feira daqui a 12 dias, o Flamengo vai estrear na Libertadores, nesse ambiente bastante tumultuado.
Graças à pouca habilidade do comando rubro-negro, o Flamengo aumentou o risco de um fracasso na competição mais importante do ano.
Depois, não adianta chorar pela derrota ou culpar o acaso.

Mulheres de Londres

Daiane dos Santos, brasileiríssima como seu brasileirinho.
Dá nome a um movimento da ginástica artística e vai para terceira Olimpíada.
Daniele Hypólito, há uma década a ginasta mais completa do Brasil, vai para a quarta.
As duas estavam hoje no ginásio em Londres para ajudar a equipe brasileira a conquistar, pela terceira vez seguida, uma vaga olímpica.

Em Atenas, 2004, ficou em nono lugar
Em Pequim 2008, oitavo.

Não chegará a Londres com a mesma força de quatro anos atrás.
E a importância ainda de Daiane e Daniele é uma prova de que falta renovação. As duas, fundamentais para o desenvolvimento da ginástica no país, ainda não têm substitutas a altura.
Jade, a outra veterana da turma, vai ser de novo o grande nome da equipe. Terá chance de medalha no solo e no salto.

As 3 são os espelhos para as mais jovens, como  Adrian Gomes, Ethiene Franco, Bruna Alves e Priscila Cobello. O resultado de hoje merece ser comemorado e muito. Até porque o décimo-quarto lugar no mundial do Japão, ano passado, levantou dúvidas sobre a capacidade do paíse de repetir a classificação da equipe feminina de ginástica.
Mas essa classificação não pode apagar o fato de que é preciso rever o trabalho da ginástica feminina do Brasil, principalmente, se o objetivo for ter um papel relevante nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro daqui a 4 anos

Mais um em Londres

A ginástica masculina brasileira conquistou hoje mais uma vaga nas Olimpíadas de Londres.
A equipe disputou o pré-olímpico que se realiza no mesmo ginásio dos jogos e serve ainda como evento teste.
A tentativa era pela vaga da equipe, algo inédito na história da modalidade no país.
Mas esse objetivo vai ficar pros jogos de 2016, no Rio.
De qualquer forma, o Brasil garantiu hoje um terceiro ginasta nas Olimpíadas deste ano.
Arthur Zanetti e Diego Hypólito já estavam classificados depois do bom resultado que conquistaram no mundial da categoria. Zanetti foi prata nas argolas e Diego bronze no solo.
Essa vaga ainda não tem atleta definido já que pertence ao país, mas a tendência é que Sérgio Sasaki seja o  terceiro brasileiro da modalidade nos jogos.
Até hoje, nosso histórico Olímpico é o seguinte:
Pequim 2008 - Diego Hypólito
Atenas 2004 - Mosiah
Barcelona 1992 - Marco Monteiro
Seul 1988 - Guilherme Saggese
Los Angeles 1984 - Gerson Gnoatto
Moscou 1980 - José Luís Ribeiro 
Com 3 atletas, a delegação brasileira em Londres será a maior do país na ginástica masculina olímpica. Sinal de evolução.
Amanhã, a equipe feminina disputa o pré-olímpico. Pode ser a última competição importante de Daiane dos Santos.

Calados e falantes

A temporada do futebol brasiileiro começou há uma semana com a volta dos times ao trabalho. 7 dias, tempo suficiente para o Flamengo abrir as portas à primeira crise.
De um lado, silenciosos jogadores.
De outro, falastrão vice de finanças que confessa dívidas com alguns jogadores, mas reclama quando eles reclamam.
Ora, ora, ora.
Será que jogador não tem direito de reivindicar o que está no contrato seja como luva, salário, direito de imagem ?
E se os atletas do clube estão falando o que querem é porque falta comando.
Dirigente não tem que bater boca ou rebater o que os atletas dizem.
Dirigente tem que dar a condição para que o jogador faça o trabalho dele.
Michel Levy não tinha nada que dar a declaração de que marqueteiros querem tumultuar e que as reclamações sobre dívidas são exageradas.
Os jogadores deveriam ter resolvido tudo internamente. Mas se começam a falar livremente na imprensa é sinal de que as conversas internas não estão resolvendo.
Do jeito que vai,  o Flamengo se encaminha para um ano bem complicado.
Todo mundo fala ou cala quando quer e o clube não honra os compromissos com os atletas.

Que bonito é!!!!

Tá bom. Messi é o melhor do mundo de novo. Merece, merece.
Chatices como é jogador de clube não cabem. É fera e encanta.
Encantamento, uma palavra tão repetida e ao mesmo tempo tão desprezada no futebol.
É muita tática, muito esquema, muito jogador que joga para o time.
Tudo bem que isso é importante, mas o futebol encanta quando há jogadores mágicos em campo.
Então, vale a pena reverenciar, sempre que possível, o golaço premiado de Neymar.
Ele tirou da cartola o seu coelho ao fazer Ronaldo Angelim abrir os braços perdido de tudo em campo.
Gol Neymar

Golaço, como os dos concorrentes de hoje:
O melhor do mundo com o lençol mais econômico de todos os tempos.
Gol Messi

E a bicicleta pedalada com potência e precisão por Wayne Rooney
Gol Rooney

Três obras de uma arte que teve anda 3 grandes genios em cena na festa de hoje.
Ronaldo, autor de arrancadas inesquecíveis.
Gol Ronaldo

O elegante Zidane
 Gol Zidane

E o Rei
Gol de Pelé

E assim, eles e outros craques criaram o melhor do futebol.
Uma graça, um brilho que só o talento pode dar.
E sempre vale a pena rever!!

O voo de uma borboleta

Carol não é famosa.
Não ganhou prêmios, nem títulos ainda.
Está voltando agora ao esporte. Quer competir, quer brilhar.
Mas vitória mesmo ela já conquistou.
A borboleta é o seu símbolo.
Escolheu bem.
Carol Basílio é personagem de uma daquelas histórias que deveríamos ouvir sempre que sentimos que nossa vida não está indo pra frente.
A dela vai de vento em popa, como mostra a boa reportagem de Roberta Barroso, exibida no Esporte Fantástico

A história de Carol

Apito amigo de quem?

Ivens Mendes, Armando Marques, Sérgio Corrêa.
Os donos do apito no futebol brasileiro nas últimas décadas.
Todos envolvidos em problemas no comando da arbitragem do futebol brasileiro.
Agora, quem dá voz às reclamações é Gutemberg de Paula, do Rio, indignado com a perda do escudo de árbitro da Fifa para a temporada deste ano.
Na esteira da irritação, chamou Sérgio Corrêa de corrupto, entre outras coisas, e levantou suspeitas de favorecimento ao Corinthians no último Campeonato Brasileiro.
Botou fogo em entrevista à rádio Jovem Pan:

Árbitro denuncia corrupção no apito brasileiro

Tá com o orgulho ferido? pode ser
Se via os mal-feitos de Sérgio Corrês por que não falou antes? Sabe-se lá
As palavras de Gutemberg precisam ser provadas. Ele diz que consegue. Vamos ver.
Mas é relevante ver que os anos passam e tudo segue na mesma. A arbitragem brasileira é comandada de forma obscura e pouco democrática.
E não adianta dizer que aquele sorteio é um carimbo de transparência. Não é mesmo.
A escala dos arbitros, as orientações, os critérios de punição. Em nada disso, há regras e procedimentos claros (Salve, Arnaldo!!)
E os comandantes da arbitragem só saem quando alvos de escândalos.
Não sabemos ainda o que vai dar a declaração de Gutemberg, mas é fato que Sérgio Corrês dirige a comissão  tal qual seus antecessores. Na penumbra e no silêncio.

Dinheiro de clube é vendaval

Olhem só que história legal e que escancara como os clubes brasileiros são muito mal administrados.
O Flamengo aparenta estar com a casa em ordem, salários em dia, dívidas controladas.
Enfim, um panorama bem diferente do que o clube costuma apresentar desde a década de 90, com salários atrasados e crises envolvendo falta de recursos.
Esse passivo estaria equacionado. Só pra usar um jargão do economês.
Um Flamengo saudável está colado ao telefone esperando respostas pelas propostas feitas a Al Hilal e CSKA por Thiago Neves e Wagner Love.
Aliás, no caso de Thiago, o Flamengo parece a mocinha que flertou com o rapaz e espera ansiosamente pelo convite que nunca chega.
Bom, mas esse romance de verão não é a questão.
Se conseguir os 2, o Flamengo vai desembolsar mais de 20 milhões de euros, parcelados é verdade, mas vai desembolsar.
Ao mesmo tempo, o saudável clube da gávea não acerta as contas com Deivid.
Seriam, de acordo com as contas mais otimistas, um débito de 4,5 milhões de reais. O Flamengo não paga os direitos de imagem do jogador.
Ou seja, o Flamengo não paga a maior parte do salário dele, um absurdo.
Deivid é um dos jogadores mais contestados do elenco. Parte da torcida não perdoa os erros do atacante; Alguns, realmente, difíceis de perdoar.
Mas não vale pagar a quem corresponde e deixar de pagar a quem não corresponde.
O Flamengo que não acerta as contas com Deivid vai gastar o dinheiro que tem com novas contratações. Como será que Deivid se sente e qual será a motivação pra entrar em campo e defender um clube que não cumpre os compromissos assumidos?

Um exemplo de administração

Ele disse adeus

Um dia ele foi santificado.
E um duplo milagre duplo para os palmeirenses.
Classificar na Libertadores e eliminar o Corinthians; tudo junto e misturado. Em 2 anos seguidos
Em outra oportunidade, foi campeão do mundo.
Mãos que seguraram alemães, turcos, ingleses, belgas, costarriquenhos e chineses.
Fundamentais na campanha do Brasil até o pentacampeonato.
Marcos ganhou Copa, Libertadores, paulista, brasileiro.
Foi campeão e ídolo.
Só que a passagem dele pelo futebol vai ficar marcada também  pelas palavras.
Não dá pra lembrar ou separar todas as falas polêmicas e verdadeiras que o goleiro disparou durante a carreira, mas peço licença ao pessoal da ESPN para reproduzir aqui uma que ilustra muito bem essa faceta do campeão:

" Acho que a torcida grita meu nome no estádio porque sou xarope. Minha sinceridade existe desde quando me tornei jogador de futebol. Talvez isso tenha cativado os torcedores do Palmeiras e também dos outros clubes. Mas, no futebol, talvez não seja bom ser tão autêntico. Outro dia, falei que o time não jogou bem e fizeram um escândalo. Distorceram e falaram que critiquei o time. Não fiz isso. Mas como é o Marcos, é outra história. Já estou me policiando. Nesse último jogo provei que melhorei um pouco, pois nem entrevista eu dei (risos)."

Palavras de campeão 

Brinde ao fastio

Esse disse-me-disse entre Santos e Ganso transforma qualquer medidor de chatice em ventilador.
As 2 partes vivem numa sequência de pequenas estocadas.
Na chegada ao Japão, Ganso anunciou que tinha vendido a parte que lhe cabia dos direitos federativos para o grupo DIS. Instalou-se uma celeuma entre o jogador e o clube.
O resultado foi que nada havia sido vendido.
Começa 2012 e o Santos desiste de comprar o percentual. Ganso vende, então, os 10% ao DIS por R$ 5 milhões. O clube alegou que o valor era muito alto, que o interesse era ficar com Ganso até 2015, prazo do contrato e que perderia esse dinheiro no fim das contas.
Quando Ganso, ainda no Japão, deu a declaração sobre a negociação dos 10% não se falou em valor> Mas, claro, que não fugiria muito dos R$ 5 milhões agora oficializados.  E os dirigentes do Santos já deveriam ter uma noção e, mesmo assim, fizeram barulho com a história pra dizer não 2 semanas depois
Essa história entre Santos e Ganso parece um jogo de empurra sobre quem não quer ser o responsável pela saída do meia do clube.
Ganso deu várias demonstrações de que não deseja muito ficar. Já está claro também que a vaidade dele ficou um arranhada com a atenção que Neymar recebe do clube. Mas também Paulo Henrique não quer assumir que deseja sair.
O Santos, há algum tempo, fez uma clara opção por Neymar e com razão. Ganso passou 2011 envolvido em problemas físicos, quase não jogou. Neymar brilhou como de hábito, é um personagem carismático e que traz um retorno de marketing enorme. Mas também não quer largar o osso e deixar claro que não tem dinheiro pra manter os 2 astros. Afinal, Ganso só vai ficar se receber o mesmo carinho financeiro de Neymar.
Então, abrem-se as cortinas e as 2 partes seguem nessa encenação aborrecidíssima e que hoje ganhou um brinde de vinho e espumante!!

O Ouro por trás da Medalha

A prioridade do futebol brasileiro neste ano será a conquista da primeira medalha de ouro olímpica da história. Essa afirmação parte da própria CBF. A Confederação quer ver a seleção brasileira, finalmente, ganhar o único título importante que ainda não conquistou.  O interesse que, nem sempre foi tão grande assim, tem os seus motivos e merece uma análise.

O futebol brasileiro está longe de viver um grande momento. Tem colecionado decepções e derrotas para as principais seleções do mundo. Mas tudo que acontece de bom tem saído dos pés dos novatos, jogadores dentro da faixa etária olímpica sub-23.

Temos aí Lucas, Casemiro, Philipe Coutinho, Oscar, Danilo e, claro Neymar. Todos talentosos e com boa experiência no futebol profissional, coisa que os rivais europeus não tem. A Espanha ganhou o europeu sub-21, clasificatório para Londres, e o destaque foi Thiago, filho de Mazinho, e que começa a frequentar o time titular do Barcelona. Na América do Sul, o Uruguai ficou com a outra vaga olímpica, mas perdeu para o Brasil por 6x0 no Sul-americano do ano passado. Sem falar que a Argentina, ouro em 2004 e 2008, terra de Messi, tá fora.

Claro que há os africanos, aliás, nosso calo olímpico. A Nigéria bateu um time com Bebeto, Rivaldo, Ronaldo Fenômeno em 1996. Camarões, com menos 2 em campo, mandou pra casa Ronaldinho Gaúcho, Alex, Roger em 2000. Os países da África vivem a mesma questão que o Brasil. Como são fortes na exportação de atletas, os garotos sobem muito cedo para os times profissionais e até para o exterior.

Mas no último mundial sub-20, nenhum país do continente foi além das quartas-de-final.

O cenário é promissor. A questão é saber se Mano Menezes conseguirá fazer esse elenco de bons atletas jogar como campeão. Por enquanto, a passagem dele pela Seleção brasileira tem sido muito ruim. Já convocou 82 jogadores, passou vexame na Copa América e perdeu todos os jogos contra rivais tradicionais.

Se o ouro vier, Mano ganhará a tranquilidade necessária para trabalhar nos últimos 2 anos antes da Copa do Mundo do Brasil. Se perder, a pressão tende a ficar insuportável. Até por isso, a CBF sabe que a hora é agora e Londres 2012 é o momento perfeito para virar um jogo que por enquanto tem sido de derrotas no campo e problemas na organização do mundial