sábado, 26 de maio de 2012

A metade doce da laranja


Era uma aventura e que poderia se intitular  "A Busca da bola perdida" ou "É matar ou morrer".
Um clima de tensão pairava sobre Hamburgo.
Não pelas ameaças pouco esclarecidas de que os resultados nos amistosos indicariam o caminho que Mano seguiria; dentro ou fora da seleção.
A comissão técnica não acreditava muito nas bravatas presidenciais que se espalharam na última semana. Só que Mano e todos os envolvidos na seleção demonstraram desde sempre aqui na Alemanha que o time, finalmente, precisava demonstrar algo de diferente e melhor para evitar que as críticas provocassem uma crise maior.
Pelo que se viu no treino de ontem, parecia que Mano não conseguiria.
Uma delegação com menos 4. Meia hora apenas de treinamento tático.
Preocupante. Mas, como Mano Menezes gosta de dizer, o futebol é surpreendente e a Seleção surpreendeu hoje.
Jogou de uma forma nova. Marcando a saída de bola dos dinamarqueses, roubando bolas antes do meio-campo. Os adversários ficaram realmente surpresos e quando despertaram já perdiam por 3x0.
Aliás, o terceiro gol foi um exemplo bem acabado desse novo jeito. Oscar roubou a bola e lançou para Hulk fazer um belo gol.
No segundo tempo não foi mais assim. A Seleção voltou a atuar de forma lenta, marcando atrás da metade do campo, deixou espaços e permitiu que a Dinamarca dominasse a partida.
O lado esquerdo do Brasil marcou mal, de forma displicente.
O time parecia cansado. tomou um gol e pouco produziu.
Venceu por 3x1.
Valeu muito pelo primeiro tempo.
Oscar e Thiago Silva foram os maiores destaques. Juan, outro estreante da tarde alemã, também foi bem.
A primeira parte do jogo foi animadora na preparação olímpica.
Agora, é preciso alcançar o equilíbrio e jogar bem por mais tempo.

sábado, 14 de abril de 2012

O centenário e o futebol arte

O garoto foi chamado de Gasolina.
Ágil, habilidoso, artilheiro, decisivo.
E todas essas qualidades se tornaram combustível para moldar a equipe que simbolizou melhor do que qualquer outra e por mais tempo a marca brasileira do Futebol Arte.
Gasolina era Pelé.
E a equipe, o Santos.
Cada brasileiro tem seu time do coração, seus ídolos, glórias...
A paixão pelo futebol faz parte do DNA de quem nasce por aqui.
Mas é inegável que o Santos aparece como uma síntese de tantas qualidades que gostamos de propagar aos quatro ventos quando nos referimos ao nosso futebol.
O Santos rodou o mundo várias vezes, parou guerras, emocionou milhões.
Sua torcida não é a maior, a mais animada. só que, por muito tempo deve ter sido a mais invejada.
O Santos é de Pelé, assim como o Brasil é de Pelé.
E não dá pra ser clubista e bairrista e não reverenciar o time que apresentou ao mundo o filho do seu Dondinho, o maior jogador de futebol de todos os tempos.
Pelé, Dorval, Mengálvio, Coutinho, Pepé, Zito, Edu...
A lista é grande, assim como a coleção de conquistas.
Foram mais de 10 anos de inúmeras vitórias, de títulos mundiais contra Benfica e Milan.
Hoje, o Santos festeja o centenário com Neymar.
Um ídolo para a garotada, um jogador também genial.
Ainda é cedo e talvez nunca chegue o dia em que se possa dizer que o raio caiu 2 vezes na Vila Belmiro.
Mas Neymar, pelo menos, imita Pelé na vontade de permanecer no Santos.
E esse é o maior presente que a torcida santista poderia ganhar.


quinta-feira, 12 de abril de 2012

Só uma noite de Flamengo


O Flamengo hoje foi......
Flamengo. Simples assim. Entrou em campo para jogar como deve jogar um time que veste a camisa rubro-negra.
Foi brilhante? Nem de longe.
A exibição foi sensacional? Nem de longe.
Mas os jogadores conseguiram demonstrar a força e o empenho que a torcida espera de qualquer um que deseje ser jogador do Flamengo
Até o craque que resolveu ser gauche na vida e se esconde atrás da fama de outros tempos jogou como deve jogar um rubro-negro.
Esqueceu os malabarismos por alguns instantes e foi decisivo como deve ser um jogador com o histórico e o holerite dele.
O Flamengo, mesmo mal escalado por Joel, corrigiu os problemas em campo. entrou perdido no meio-campo, mas se superou. Deivid ajudou, Botinelli foi bem.
O Flamengo venceu hoje, mas não conseguiu a proeza de apagar os erros do passado.
E o destino foi cruel demais. Aguardou os acréscimos paraguaios para decretar:
O Flamengo tem que pagar pelo que não fez em 5 rodadas.
Só para se ter uma ideia;  se o Flamengo tivesse sido Flamengo até o fim do jogo contra o Olímpia no Engenhão, além de classificado, provavelmente, seria o primeiro colocado do grupo.
Não deu.
O Flamengo resolveu ser Flamengo só hoje.
Muito pouco para os que sonhavam com o título da Libertadores. Vagner Love, a exceção em um grupo que tratou a Libertadores como um torneio do Aterro, chorou as lágrimas da torcida.

O time do Flamengo precisa espelhar em campo o orgulho que a torcida carrega em ser Flamengo todo o dia e não apenas numa noite de quinta-feira.



sexta-feira, 6 de abril de 2012

A cronologia da tragédia


Tic-tac, derrota.
Tic-tac, problema.
Tic-tac, balada.
O relógio do Flamengo ainda não despertou em 2012.
As horas passaram sem providências que pudessem solucionar o caos que tomou conta do futebol.
Uma rápida olhada pelos dias deste ano mostram como se permitiu que tudo acabasse do jeito que se anuncia. Com vexame na Libertadores e revolta da torcida.
Peço, inclusive, licença, para relembrar aqui alguns momentos que deixei gravados aqui no blog e que mostram essa sucessão de erros.
Começou logo no início da pré-temporada, quando jogadores e dirigentes bateram boca sobre atrasos de pagamentos.
Calados e falantes
Teve o caso ridículo envolvendo a permanência de Thiago Neves. O Flamengo foi passado pra trás pelo Fluminense. Não desistiu quando deveria. Perdeu o jogador e ficou dando depoimentos magoados.
A bagunça não acaba
A crise entre R10 e Luxemburgo. A demissão do técnica anunciada aos jogadores antes da partida contra o Potosi pela pré-Libertadores
O cheiro de tragédia na bagunça rubro-negra
O dia seguinte da derrota para o Olímpia, quando a questão não estava nas chances de classificação, mas em como confirmá-las com o futebol medíocre que tem apresentado
Acorda, Flamengo
Em todos esses instantes, a direção do clube falhou em conter os problemas, em acertar as contas, em administrar um grupo que vê o seu principal jogador viver vida de morcego. Noites em claro, faltas a treinos, desempenho ridículo em campo.
Agora, começam a falar de mandar R10 embora; de mandar Joel Santana embora. Nada é oficial. A diretoria do clube segue em silêncio. Exceto o vice de futebol que ainda deve estar de cabeça quente.
Serão novos erros, novos prejuízos, novos problemas para o clube. Mas será que esses 2 ainda têm condição de seguirem no clube?
Se olharmos mais cuidadosamente para toda a gestão Patrícia Amorim, a situação é ainda mais crítica.
O Flamengo nunca recebeu tanto dinheiro de direitos de TV. Contratou nesses quase 3 anos, jogadores como R10, Wagner Love, Thiago Neves, pra citar os mais famosos, e só conquistou um título estadual.
Conseguiu afastar Zico do clube. Patrícia não defendeu como deveria o maior ídolo da história rubro-negra, um personagem especial, ídolo até de quem não teve a chance de vê-lo jogar.
São erros demais e o pagamento não está sendo parcelado.
Amanhã, tem clássico contra o Vasco e um olhar sobre o rival mostra como algo anda muito errado na Gávea.
O Vasco tem dívidas com os jogadores, perdeu uma final para o Fluminense de forma inexplicável, tem um time repleto de veteranos - alguns até já manifestaram o mal-estar com o banco - e mesmo assim segue num padrão de jogo bem mais alto do que o do Flamengo.
O Vasco tem problemas, mas não deixa que virem crises.
O Flamengo vive em crise por não tratar direito os seus problemas.
O momento de tomar providências sérias já passou há muito tempo. A presidente do Flamengo tem que tomar as rédeas da admnistração do futebol rubro-negro. É hora de trabalho. Acabou o momento de delegar a quem não entende do riscado.
O Flamengo agoniza, a torcida está a ponto de fazer uma bobagem com os jogadores.
Não dá pra mais pra se esconder e esperar que tudo se resolva.


quinta-feira, 5 de abril de 2012

A mãe de todas as derrotas


A torcida do Flamengo deve se perguntar neste momento quem é o responsável pela sucessão de micos que o time vem pagando neste ano.
O clube foi passado pra trás na negociação de Thiago Neves, tem jogadores que vivem metidos na noite, passou 6 meses brigando com a Traffic e agora chega ao fim da primeira fase da Libertadores praticamente desclassificado.
Vai precisar de um milagre para seguir na competição mais importante da temporada. O ano rubro-negro foi pro saco.
R10 já deu várias mostras de que não demonstra o empenho esperado.
Joel Santana, tão pedido por parte da torcida, escala mal, substitui pior ainda e fica fazendo careta e média com os jornalistas.
Os jogadores cansam sempre no segundo tempo das partidas, não conseguem manter o ritmo. Estão claramente mal treinados.
O Flamengo está sem liderança, sem cobrança e sem resultado.
A Diretoria, liderada pela presidente Patrícia Amorim, não comanda. Vive em meio a brigas internas por poder. O caso Vanderlei Luxemburgo é o exemplo mais claro dos desmandos e da falta de competência desse pessoal. Avisaram aos jogadores da demissão antes do jogo contra o Potosi. Carimbaram a malandragem e a falta de comando.
Nem o empenho e o bom futebol de Vagner Love salvam.
O Flamengo em 2012 é um poço de confusões. um local que premia  o descompromisso.
Ronaldinho falta a um treino por semana.
Como isso reflete no resto do elenco?
Cadê Joel Santana e a diretoria para cobrarem profissionalismo dele?
Patrícia Amorim se ampara nas reformas que fez na Gávea. Deu um banho de loja necessário no Flamengo, tem o apoio da maioria dos associados, mas sua administração no futebol namora o descaso.
Assinou o maior contrato de TV da história do clube. Recebe uma senhora grana e gasta mal.
Não consegue botar ordem na casa. O departamento de Marketin não consegue convencer uma empresa a patrocinar o clube com maior torcida no país
Patrícia vai entrar para a história como uma presidente fraca, sem poder de domar as feras que disputam o poder no clube.
Quer sair bem com todo o mundo, mas até o momento só conseguiu aborrecer 33 milhões de brasileiros.








terça-feira, 3 de abril de 2012

Incrìvel: o Barcelona venceu



O Barcelona virou uma espécie de musa inatingível. Desperta paixões e ódios.
Hoje, ganhou do Milan com pênaltis contestados e cobranças de Messi.
Os milanistas e aqueles que querem ver o time catalão por baixo, mais perto do mundo real do futebol, fizeram o coro de roubo.
Os barcelonistas espalhados pelo mundo - muitos deles na imprensa brasileira - gritaram oba e fizeram reverência por mais uma vitória.
Pra começar, acho que os pênaltis existiram. Os jogadores que os cometeram foram de uma idiotice ímpar. No primeiro, um carrinho totalmente desnecessário e que deslocou o pé de apoio de Messi.
No segundo pênalti, o incauto Nesta passou duas horas agarrando o adversário, com a bola em movimento, ao lado do árbitro. Na linguagem popular, um completo Zé Mané.
O Barcelona venceu e bem. Não deu o passeio que os enamorados pelo clube prenunciavam.
Mas os números mostram como foi superior ao Milan.
E não falo nem da posse de bola, a tão propalada posse de bola catalã. 58%.
Nesse quesito, já viveu dias melhores.
Arremates foram 19 do Barcelona e apenas 3 do Milan.
Um senhor poder ofensivo que começa com uma marcação bem postada. Foram 61 bolas roubadas contra 47 dos milanistas.
Os números não mentem. São frios, não têm a malícia dos dribles de Messi.
Mas ajudam a explicar porque não dá pra chorar pênaltis não marcados e outros chororôs comuns no futebol.
O Barcelona dominou o jogo e o Milan fez o que pôde.
Os italianos têm um bom time e só. Boateng é um jogador mais ou menos. Tanto que o astro do meio campo ainda é o incansável Seedorf, 36 anos.
Tem Ibrahimovic, mas tem o inexplicável Pato tb.
Robinho não faz a diferença que se esperava que ele fizesse
Não teve Thiago Silva hoje e foi punido por essa ausência. É só olhar os desastrados pênaltis.
O Barcelona segue no caminho, impávido colosso segundo os fãs.
E não dá pra negar. Sobrou hoje e tem sobrado na Champions.

Vejam as estatísitcas completas do jogo:
Barcelona 3x1 Milan






quinta-feira, 29 de março de 2012

Acorda, Flamengo


A maior preocupação do Flamengo na Libertadores não está na tabela de classificação.
A posição poderia ser melhor, mas as chances de classificação são grandes. Basta não perder para o Emelec que vai pra última rodada contra o Lanus dependendo só do seu resultado, independente do que aconteça entre o time argentino e o Olímpia na semana que vem.
Em caso de derrota para os equatorianos e empate entre Lanus e Olímpia, o Flamengo vai pra última rodada precisando vencer e ainda decidir a vaga no saldo de gols.
O problema do Flamengo está mesmo é na qualidade do que tem mostrado em campo.
Exceção para Wagner Love, o principal jogador da equipe atualmente.
A defesa já deu várias pixotadas. Ontem, contra o Olímpia, Marcos Gonzalez, inseguro, errou o que podia e o que não podia. Ao lado dele, jogam os sempre temerários David Braz e Wellinton.
No meio-campo, o Flamengo tem 2 pérolas. Muralha e Luiz Antônio são bons volantes, com passe razoável, rápidos. Mas o time tem deixado muito espaço para os adversário tocarem bola na intermediária. E isso não é questão de talento, mas de posicionamento. Eles estão mal-colocados em campo e passam o jogo correndo atrás dos adversários.
Júnior César não ataca e ainda deixa espaços na defesa.
Leonardo Moura voltou há pouco de lesão. Ainda não é o mesmo que estava voando no início da temporada. Vai precisar de tempo.
Botinelli, o armador, não arma nada e muitas vezes é visto jogando na ponta direita. Não é a dele. Ontem, errou quase todos os lances. Acertou aquele chutaço. Aliás, exatamente quando recebeu a bola na intermediária de ataque e de frente para o gol.
Ronaldinho Gaúcho dispensa novos comentários. Ele joga 90 minutos em busca dos 30 segundos em que faz a diferença. Funciona quando o Flamengo ganha de 1x0. Mas em jogos complicados, 30 segundos brilhantes não fazem verão. E o principal erro dele é querer brilhar a cada toque. Nunca é um passe normal, que faz a bola girar, que começa a movimentar o ataque do Flamengo e a marcação adversária. É uma invenção que, em 89 minutos não funciona.  Foi assim no início da jogada do primeiro gol do Olímpia.  R10 tentou um passe longo, no meio da defesa, totalmente desnecessário. O Olímpia recuperou a bola, Orteman chutou, Felipe rebateu e na sequência vieram a falta e o gol dos paraguaios.
Em resumo, o Flamengo está mal escalado e posicionado. Não está funcionando. Depende do empenho e talento de Wagner Love. Joel precisa trabalhar melhor o time e escalar melhor.
Wagner Love precisa de um outro atacante ao lado. Não é ronaldinho, não é Botinelli. De preferência, alguém com velocidade.
R10 e Botinelli têm que jogar no meio-campo, recebendo a bola de frente e facilitando o jogo dos atacantes.
A marcação do Flamengo precisa ser revista pra que a boa dupla Muralha e Luiz Antônio não passe o jogo inteiro correndo atrás de adversários, cansando mais do que o necessário. O que obriga que Botinelli. R10 e o segundo atacante ajudem a fechar os espaços.
A maioria dos jogadores tem qualidade, mas não está conseguindo mostrar. Alguns por culpa própria, mas outros estão sofrendo para cumprir as determinações táticas do comandante. O Flamengo precisa acordar e papai Joel também.