Tudo Azul em São Januário

Um clube que atrasa salários.
Que promete acertos, mas perde prazos.
Que não recebe pelo patrocínio da camisa por conta de dívidas em tributos federais e contribuições sociais.
E nesse clube o ambiente não anda conturbado. Muito pelo contrário. O time entra em campo e vence, vence, vence, vence e segue como o melhor do campeonato Carioca.
Seriam os jogadores alienados e patronais?
Muito pelo contrário.
Eles fizeram seu protesto, marcaram uma posição e colocaram os dirigentes do clube contra a parede.
Mas tudo sem crise, bate boca ou qualquer problema que atrapalhasse o desempenho em campo.
Os atletas do Vasco estão dando uma boa demonstração de maturidade.
Não recebem, não se concentram. Mas também não brigam.
Quando estão em campo é como se o salário fosse pago religiosamente em dia.
Quando treinam, a mesma coisa.
Não há disse-me-disse, conjuntivites ou qualquer artífício pra fugir dos compromissos.
Foram claros na cobrança e ganharam o direito de ficar em casa na véspera dos jogos. E com o ônus de não darem a cara pra bater. A torcida não vai querer saber se recebem ou não. Se o time parar de correr, vai cobrar.

Mas ao mesmo tempo a torcida vai estar ao lado pra apoiar, quase incondicionalmente, jogadores que se empenham mesmo com salários atrasados e promessas não cumpridas.
O time do Vasco está de parabens e chega para a estreia na Libertadores num momento muito bom, bem melhor do que os concorrentes cariocas na competição.
Mas a diretoria do Vasco e, principalmente, o presidente Roberto Dinamite precisam resolver logo a questão dos atrasados.
A maturidade existe e o comprometimento também.
Mas a paciência tem limites