sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Os ensaios e o balão


23 anos.
Nunca um dirigente ficou tanto tempo no comando do futebol brasileiro. Ricardo Terra Teixeira chegou à CBF em 89, ganhou 2 Copas, vários títulos, criou no mercado valor para a Seleção Brasileira e transformou o time canarinho em máquina de produzir dinheiro. Não é pouca coisa e não é pouco tempo. Muito pelo contrário. Ao mesmo tempo, Ricardo Teixeira sempre foi alvo de denúncias de mau uso do poder na CBF para angariar fundos em favor próprio.
O que dizer dos resultados da CPI do futebol/Nike?
A Sanud, empresa que teria recebido a propina da ISL, como divulgado pela BBC, estava lá no relatório.
Assim como outros negócios duvidosos e que incluíam empresas e contas bancárias em paraísos fiscais.
Hoje, Juca Kfouri divulga a história de que Sandro Rosell, presidente do Barcelona, parceiro de Ricardo, dono da Ailanto, teria depositado 3,8 milhões de reais na conta da filha de 11 anos de Teixeira.
Essa denúncia faria parte da investigação que a polícia do Distrito Federal promove sobre o amistoso realizado em 2008 entre Brasil e Portugal em Brasília. Suspeita-se de fraude e desvio de 8 milhões de reais em recursos que o governo pagou a Ailanto Marketing para a produção do jogo.
É certo que a presidente Dilma Roussef e o presidente da Fifa, Joseph Blatter, estão doidos para ver Ricardo pegar o boné e sair de cena.
Nesta semana, notícias de que Ricardo Teixeira renunciaria ao comando da CBF e ao Comitê organizador da Copa 2014 surgiram. Ele estaria encurralado e não teria mais pra onde correr...
Ricardo não faz esse estilo. Mais fácil supor que o próprio começou a vazar as notícias do adeus para medir qual o grau de apoio que ainda mantem .
Qual parte da bancada da bola vai seguir fiel ao personagem que bancou viagens, distribuiu amistosos, entre outras benesses, para aliados com força no congresso.
Quantos prefeitos e governadores contemplados com sedes da Copa vão seguir ao lado do atual presidente do COL.
O Brasil tem 12 cidades na Copa e poderia fazer muito bem com 8. A Fifa queria 10 sedes e Ricardo Teixeira articulou pra que fossem 12.
Existe uma conta de apoio que ele pode e vai cobrar nesse momento de aperto.
Não é a primeira vez que Ricardo Teixeira faz algo do gênero. Essa tática do balão de ensaio, de testar a opinião pública, aliados e inimigos, não é nova
Mas Ricardo deve estar bem ciente que político brasileiro é como o comandante italiano Francesco Schettino.
Se a maré de denúncias subir mais, eles podem deixar Ricardo Teixeira afundar sozinho, capiche?


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